8 de agosto de 2006

1 centavo 1922

1 centavo de 1922, apenas e só 1 centavo, apenas e só 19 milimetros de diâmetro. Esta moeda é um mito, não um mito como os outros pois aqui a moeda existe mesmo.
Como já referi, a moeda em questão tem 19 mm de diâmetro e é de bronze. Foram emitidas moedas identicas com as datas de 1917, 1918, 1920 e 1921. Em relação à moeda de 1922, apenas são conhecidas 6 exemplares, sendo que 2 delas estão em museus e as restantes 4 estão em colecções particulares. Para terem uma ideia do valor da moeda, o ultimo exemplar a ser comercializado foi vendido por 15 mil contos.
Aqui fica a imagem de um moeda de 1918. A de 1922 é igual, apenas mudando a data.


Será que só há mesmo 6 exemplares??? Ou será que a qualquer momento aparecem uma data delas. Há quem defenda que se não apareceram outras entre 1922 e 2006, não será agora que irão aparecer, o que até tem a sua lógica.

Já devem estar a pensar o que levou a Casa da Moeda a apenas cunhar 6 moedas destas!!! Aí é que está, não foram cunhadas apenas 6 moedas mas sim 2.150.000! Só que em 1922, na época a que as moedas iriam ser lançadas, o seu valor real, em peso de bronze, havia ultrapassado o valor nominal da moeda (1 centavo), o que fez com que as moedas ficassem em depósito na Casa de Moeda até Junho de 1924, altura em que foram refundidas e aproveitado o bronze para fazer as moedas de 50 centavos e 1 escudo em bronze-aluminio.
Esta história é verdadeira, e está documentada. Havia um mito, que apenas haviam cunhado 6 moedas pois o cunho havia partido, não sendo substituido na altura. Esta versão foi desmentida em 1978, quando José Gama Barata fotografou o cunho inteiro, nos armazens da Casa da Moeda, pondo fim a esse mito. Alias, o cunho ainda deve andar por lá...

Mas afinal foram todas destruidas???? E as 6 magnificas apareceram de onde????
A história que foi contada na altura e que vem passando até aos dias de hoje, é que o director da Casa da Moeda da altura retirou 6 moedas antes destas serem derretidas, sendo estas as 6 magnificas.
Desde esse momento, tudo o resto é mistério. Será que não houve mais ninguém a retirar umas moeditas pensando nos lucros que poderia ter, pois afinal de contas as moedas estavam sendo destuidas na sua quase totalidade. Muita gente defende que é bem provavel que mais ninguém o tenha feito, pois na altura o coleccionismo estava muito longe daquilo que é hoje, sendo praticado pela alta sociedade que procurava grandes peças históricas, em metais preciosos, de grande valor. Ninguém iria ligar a uma moeda da República e logo a de valor facial mais baixo, e num metal pobre como o bronze.

É mais uma história da numismática portuguesa! Mesmo com toda esta história, e com a pouca probabilidade de existirem outras moedas para além das 6 sobreviventes, todos os coleccionadores deixam lá o lugar vago para quando ela aparecer...

6 de agosto de 2006

"A Minha Moeda Única"

Esta é uma das razões para os numismatas deixarem sempre o buraquinho para aquela moeda rarissima!!! Sabemos que é quase impossivel chegar às nossas mãos tal moeda, mas mesmo assim deixamos lá o espaço disponivel para ela...
A moeda de 50 reis de 1888 sempre foi referenciada como única, ou seja, havia apenas um exemplar. Até que um dia...

"Leiloada como única, a moeda de 50 réis de 1888 atingiu 26 mil euros. Porém, existe mais uma...

Mais uma vez a moeda de 50 réis em prata, D. Luís I (1861-1889), volta a dar que falar, após ter atingido 26 mil euros (foi à praça com uma base de licitação de 25 mil euros) num leilão da Numisma, realizado no passado dia 20 de Junho.
Tida como exemplar único, chegou a ser o rosto do catálogo da hasta. Porém, dias depois, um emigrante em Toronto, no Canadá, dava-nos conta que esta moeda integrava a sua colecção.

«Estava convencido de que não existia mais nenhuma». revela Joaquim Pereira, que chegou a escrever um artigo para o jornal local «Voice», intitulado «A minha moeda única», onde conta como a adquiriu.
Já lá vão 22 anos desde que, chegado da China a Portugal, teve de aguardar dezoito meses pela concessão de um visto de emigrante para o Canadá, altura em que começou a sentir «o bichinho pela numismática». À época deslocou-se a Estremoz, onde num típico ferro-velho encontrou uma colecção de moedas, antes propriedade do falecido médico da terra. Comprou todas e só quando chegou a Lisboa e fez o inventário é que se apercebeu que tinha pago quinze contos (75 euros) por uma simples moedinha, «pouco maior que um botão de camisa».
Já pronto para ir desfazer o engano, resolveu antes investigar, recorrendo aos conhecimentos de um comerciante da especialidade. Dirigiram-se ao curador do Museu Numismático Português, instalado na Casa da Moeda, cujo veredicto foi «Não há razão para duvidar da sua autenticidade».
A notícia correu depressa e, semanas depois, no aeroporto, quando Joaquim Pereira se preparava para embarcar, apareceu uma pessoa que lhe chegou a oferecer 6500 dólares (6700 euros) pela moeda de prata. «O que mais me surpreende é que o especialista a quem recorri é o sr. Jaime Salgado», irmão de Javier Salgado, da Numisma.«E uma moeda destas não se esquece», defende. «O meu irmão não se recorda de alguma vez ter visto outra moeda destas, além da leiloada», afirma Javier Salgado, acrescentando estar muito curioso acerca da nova moeda. «Aliás, nos catálogos da especialidade, a moeda que aparece reproduzida é esta que leiloei e que fazia parte da colecção Cruzado Lusitano», diz.
Para o responsável da Numisma «é vulgar aparecerem novos exemplares após os leilões». E, «ao contrário do que se poderia esperar, a existência de outra moeda de 50 réis de 1888 vai valorizar este cunho», avança. A explicação é breve: «É sempre difícil atribuir um valor a uma moeda única - quando aparecem outras iguais é que se inicia a escalada do preço».

Sofia Santos Expresso 06/07/2002"

Mais histórias curiosas virão em breve...

13 de julho de 2006

É este o espirito!!!

Deixo aqui este texto, que demonstra aquilo que deve ser o espirito do coleccionador. Pelo menos é isso que defendo e que tento passar para os possiveis intressados. De referir que é um texto escrito por uma miuda de 14 anos...

"Dinheiro: um instante de reinado"

"Dinheiro, escuto essa palavra desde que nasci, muito antes de saber o seu significado a sua cor, formato e principalmente o seu "peso" (valor). Conforme fui crescendo, fui entendendo que esse tal dinheiro deveria ser muito importante mesmo, afinal os meus pais ficavam horas fora de casa, trabalhando para ganharem o dinheiro. Se quisesse algum brinquedo ou doce, ouvia minha mãe dizer: - Eu não tenho dinheiro.

- Puxa! Esse tal dinheiro é mesmo poderoso, mas ainda nem começava a imaginar o quanto.
- Você já ouviu falar do homem mais pobre do mundo? Mas de Bill Gates já! Você já ouviu Falar da kwanza? (moeda de Angola)). Mas do dólar já!
Então, depois de uma certa idade, resolvi tentar entender um pouco mais o seu "valor e poder" e descobri que precisaria de estudar muito, pois atrás do dinheiro de cada país vem uma longa história de arte, religião, geografia, economia, comércio, cultura. O património da civilização de um país através de suas moedas e notas, costumes e tradições de um povo, desde as raízes de seu passado até o presente.

Observar, estudar a moeda de um lugar significa entrar num maravilhoso romance, num filme de aventuras ou penetrar numa época desconhecida da história ou da civilização. Abrange também as transformações sofridas pelas notas, cuja aparição está directamente relacionada à invenção do papel, ocorrida na China, entre os séculos I e II da nossa era.
Os chineses também intuíram as vantagens da utilização do papel-moeda, sendo os primeiros a utilizá-las.

Não é fácil livrar-se do fascínio produzido por esse pequeno objecto redondo de metal e da conseqüente viagem através do tempo e do espaço. Os modelos iconográficos que aparecem nas moedas e notas de banco apresentam uma grande diversidade, sendo por si mesmos motivo de colecionismo, e é fascinante, pois quando os observamos podemos ver modelos de animais e plantas, cidades e monumentos, desportos, arte, meios de transportes, religião, reis e rainhas e heráldica.

Para um colecionador, isso não tem preço, mas olha só o dinheiro entrando em cena novamente! Quanto mais rara melhor, e é aí que os erros entram. Quando uma moeda ou nota está sendo fabricada e ocorre um erro durante sua impressão, os fabricantes interrompem o processo para corrigi-las. Logo os numismatas correm para comprá-las, pois quanto mais rara mais valiosa.

Nunca vou esquecer quando meu pai, que é um numismata, através da internet (leilão) conseguiu comprar uma moeda antiga e rara. Ela não tinha o formato perfeito e o seu metal nem era ouro ou prata, mas o meu pai estava tão feliz que nem acreditava... eu só me lembro das suas palavras: - Imaginem quem segurou esta moeda! - Quantas mãos diferentes a tocaram! - Que histórias ela nos pode contar! E olhando para aquela "moedinha escura e sem brilho", pude entender que mesmo um dinheiro que não tem nenhum valor para alguns, para outros pode não ter dinheiro no mundo que pague. Pude perceber que através da conservação das notas está a cultura de um povo. Pude conhecer um pouquinho desse fascinante mundo dos numismatas e aprender muito, não só sobre meu país, mas também sobre toda a civilização e sua história. E pude concluir que ainda existem muitos "judas" que por "30 moedas" se vendem, entregando qualquer um. Mas para mim, o simples movimento de girar uma moeda entre os dedos, observando-a com atenção, e de imaginar qual seria a história que ela me resgataria... não tem dinheiro no mundo que pague esse instante de reinado."

Autora: Lívia Mara Ranzani Bertozzo, de 14 anos, da 8ª Série do Ensino Fundamental Escola Estadual Doutor Paulo Zillo, de Lençóis Paulista (SP)
Pseudônimo: Naira (moeda da Nigéria)
Professora orientadora: Miline Ariadne Justo Martins

Este texto fez-me lembrar o inicio, quando eu comecei com esta "bricadeira" da numismática. Achava várias coisas curiosas, entre elas o pensar por quantas mãos, e quais as mãos que aquela moedinha, que agora estava na minha mão, havia passado. Outra coisa que achava piada eram os elementos nas moedas, o que desenvolveu em mim um espirito de pesquisa para entender o porquê desses elementos. Foi por tudo isto que comecei ainda bem pequeno e é por tudo isto que continuo.

24 de maio de 2006

10 de maio de 2006

Antártida

1 Antarctican Dollar
1999

26 de abril de 2006

Notas de todo o Mundo

Esta colecção começou quando adquiri um lote de notas estrangeiras, num leilão na net, apenas como mera curiosidade! Pensava trocar estas notas por moedas ou até mesmo vendê-las, mas quando as recebi, fiquei fascinado com a beleza das mesmas! Organizei este lote num dossier e depois fui adquirindo outras notas através de compras em leilões, compras nas feiras que participo, e algumas foram-me oferecidas por familiares e amigos!
Neste momento a colecção tem cerca de 400 e poucas notas, e sempre que posso lá vou acrescentando mais algumas!
É uma colecção belissima, que pode ser adquirida aos poucos, comprando peças de baixo valor mas de grande beleza!
Publicarei aqui as minhas novas notas, e algumas cuirosidades sobre as mesmas!

Moedas da República Portuguesa

Esta foi a minha 1ª colecção, devidamente organizada, à qual dediquei muito tempo! Foi muito o tempo passado a organizar e catalogar várias moedas, mas depois do trabalho estar concluído até dá gosto de ver! Claro que talvez pudesse melhorar algumas coisas, mas o orçamento disponível não dá para tudo!
A colecção neste momento está um pouco parada, pois considero que todas as peças que estavam ao nível do meu bolso, eu já as adquiri! De qualquer maneira, sempre que obter uma nova moeda colocarei imagens da mesma. Colocarei ainda algumas informações básicas sobre numismática, para dar a conhecer esta ciência! Talvez ainda disponibilize algumas curiosidades sobre moedas!
Não quero tornar este blog muito técnico, apenas um lugar engraçado para que todos conheçam este meu hobbie!
Para quem quiser obter informações mais especializadas sobre esta ciência recomendo o forum www.forum-numismatica.com no qual também participo.